Agostinho Pimenta, que ficou imortalizado com o seu nome religioso de Frei Agostinho da Cruz, foi noviço nos Capuchos de Sintra, tendo aliás feito parte da comunidade inicial que ali se estabeleceu após a fundação do cenóbio, em 1560. É precisamente a essa filiação que alude Santos Cravina no seu soneto "Do berço à tumba", de 1941, incluído no volume "O místico da Arrábida", dedicado ao poeta e místico franciscano.
"Do berço à tumba"
Ponte da Barca é berço do Poeta
de Agostinho Pimenta batisado.
Lá junto ao Lima foi predestinado
para servir a Deus em vida asceta...
De flôres seu caminho se atapeta
em Santa Cruz de Sintra a Deus é dado,
a Setúbal passando. Além do Sado
do Ceu descobre a linda estrada recta.
Ergue na Arrábida a alta Cruz e canta
da Natura e da Fé em mistério
a inteligência humana absorve e espanta...
Servindo a Deus no arrábido ermitério
em Setúbal lhe dá a sua alma santa
e a Arrábida é-lhe Tumba e cemitério.
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