domingo, 8 de fevereiro de 2009

Os frades terracota semi-enterrados (actualizado)

Um dos espaços simbólicos mais importantes do Convento localiza(va)-se num dos corredores que sai do Telheiro junto à Capela do Senhor dos Passos, e que também dá acesso à Igreja Conventual. Trata-se do pequeno corredor que conduz directamente ao pátio do tanque octogonal (o "claustro" do Convento).

Neste corredor (ver fotografia em cima, registo de 1994) existiram em tempos duas imagens de rara beleza, expressões fortes e denunciadores de estados de Iluminação. Dois frades capuchos, que semi-enterrados (um pela cintura, outro pelo diafragma), se sujeitaram durante séculos à interpretação dos seus irmãos habitantes do lugar, e depois durante décadas ao olhar indiscreto dos visitantes do Convento.

Acontece que, durante a década de 90 (salvo erro), um - ou vários - vândalo decidiu arrancá-los dali, sem sucesso. E para prevenir futuras tentativas de roubo, a tutela de então resolveu enchê-los de cimento (as imagens são originalmente ocas), facto que por si só dá expressão prática ao ditado popular "foi pior a emenda do que o soneto", até tendo em conta que o tal enchimento conflitua bastante com a correcta conservação das imagens.

A verdade é que hoje (e desde há vários anos) os dois frades terracota estão ausentes do Convento...

Sei que há uns anos se encontravam em Monserrate, num género de armazém da PSML, juntamente com o Sacrário da Igreja do Convento (de que falaremos nos próximos dias) e com outras peças pertencentes ao recheio dos Capuchos. Onde estão as imagens dos frades? O que já foi feito para as recuperar, e restituir ao seu lugar original?

(Fotografia de António Passaporte, anos 50)

Leitura adicional: Terracota, na Wikipédia.

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