Quando no final da década de 70 do século XVI a peste começou a dizimar vidas na zona de Lisboa e arredores, um frade arrábido castelhano que integrava a comunidade de Sintra acorreu em auxílio à população de Torres Vedras, e naquela antiga e importante vila protagonizou um milagre de que dão conta a Crónica da Arrábida (Tomo I) e o Agiológio Lusitano (Tomo II).
O seu nome era Frei Belchior de Alderete, um homem de "compleiçaõ fraqua, & forças limitadas", que fez da sua fé um instrumento de Deus ao serviço dos homens.
Frei Belchior morreu a 12 de Abril de 1579, e encontrou a sua última morada na Ermida de São João de Torres Vedras, a qual hoje se encontra incluída no Cemitério de São João que serve a cidade torreense.
Dele se diz ter salvo muitas vidas quando desesperados pelos efeitos da peste, alguns de Torres Vedras se voltaram para este Santo Padre. A todos pediu paciência, "porque elle só pagaria por todos". A promessa foi cumprida, já que Frei Belchior acabou por falecer, ao passo que "todos os mais feridos convaleceraõ, e trunfaraõ do pestifero castigo, publicando deverem este beneficio aos merecimentos deste fiel, e amado Servo de Deos".
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