Um dos espaços do Convento que de forma mais clara exprime o estado de absoluta degradação a que chegou o retiro franciscano é a pequena Igreja Conventual, localizada junto ao Telheiro/Alpendre da Portaria.
Como as imagens valem, muitas vezes, por mil palavras, junto deixo a ilustração deste sentimento de profunda tristeza que me invade, através de um desenho datado de meados do século XIX, e uma fotografia datada de 2003, retirada do sítio web www.monumentos.pt.
A igreja como era...
"A igreja, vista da porta da entrada, é qual fielmente a representa a nossa estampa. Da porta até à grade que divide a capela mor, mede dezoito palmos; na largura tem treze. É de abobada, e as paredes de calhaus que ali produziu a natureza. Das grades ao altar vão doze palmos: estão vão era a antiga lapa, à qual a mesma rocha serve de tecto. O altar é de pedra polida: nele e nos nichos estavam a imagem do menino Jesus e vários santos. Em cima do sacrário havia um Santo Cristo em marfim, dádiva do Bispo do Porto D. Rodrigo da Cunha. No sacrário havia uma Cruz de prata dourada, com um Santo Lenho, que o fundador D. Álvaro trouxera de Roma; e do lado da epístola um painel com o retrato do beato Honório, que está sepultado na Igreja."
A igreja como está...
Da "grade" não resta nada. O sacrário desapareceu, sendo certo que há uns anos estava em Monserrate, à espera de "restauro". As imagens dos Santos foram ao que se sabe roubadas, e do restante recheio receio bem não ter notícias, apesar de ter a certeza de que as entidades competentes poderão com maior ou menor facilidade investigar o que se fez com aquilo que na Igreja está em falta, despindo-a de uma antiga dignidade que importa e urge recuperar.
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