quarta-feira, 18 de março de 2009

De "O Passeio", poema de José Maria da Costa e Silva (2ª edição, 1844)

Canto III

"(...)
E o Rio das Maçãs eternisado
Nos aureos versos do Cantor de Ulysses
Que, Virtude, te dá tão pouco apreço,
Quem em suave illusão embevecido
Não cuide em Penhaverde achar impressas
Do bom Castro as magnanimas pisadas?
Quem de Santo respeito senão toma
Vendo da Serra os Monges penitentes
O Senhor exaltar entre ermas rochas?
Quem do Jordão as grutas não recorda,
Da Thebaida os desertos? e quem póde
Deixar de proferir involuntario
De Hieronimo, Antão, e Paulo, os nomes?
(...)"

Notas do poeta:

Quem de santo respeito te não toma
Vendo da serra os Monges penitentes
O Senhor exaltar entre ermas rochas?

In another part of this mountain, and not lofty in his situation, is a convent, curiously built, among some wild, and romantic rocks; the wals, doors, and furnitures are all of cork. Some poor humble Franciscans inhabit it: they have a prety garden, and small orangery: they presented us with fruits, wero very courteous, and semed thankfull for the trifle , we gave them.

O Abbade Casti, um dos mais celebres Poétas da moderna Italia, tão conhecido pelas suas engraçadissimas Novellas e pelo seu Poema Gli Annimali Parlanti, na sua Epopéa Satyrica intitulada Il Poema Tartaro, deixou tambem uma reminiscencia da Serra de Cintra, e do Convento dos Capuchos , que visitara em sua viagem a Portugal, na seguinte bellissima Estancia.

Cosi d'Europa ali' ultimo comfino
Trascorrendo Ia Cintra Lusitana,
Io vidi il solitario Capucino
Ch' entro una cava rupe entra, e s'intana :
Ivi convento trova, horto e giardino,
E scuopri piani, e mari alla lontana.
Oh Cintra! oh Cintra! oh suol! soggiorno ameno
Di maraviglie , e di delizie pieno!

(Il Tart. Cant VIII. Stanc. XLV)

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