domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cartas e narrativas do início do século XIX

O Convento dos Capuchos foi, no século XIX, um local de paragem obrigatória para os visitantes estrangeiros da zona de Sintra. Dessas visitas ao Convento, que então ainda se encontrava habitado por um número variável de frades e outras pessoas que ali procuravam refúgio (como se verá), resultaram várias descrições incluídas em livros editados sobre Portugal.

Do Convento se diz quase sempre que é um lugar de grande rigor e austeridade. Mas depois os viajantes dividem-se nas considerações mais subjectivas que formulam sobre o lugar... Há quem se maravilhe com a beleza dos Capuchos e com a singularidade do Convento, e há quem a ele se refira em tom muitíssimo depreciativo.

Nalgumas das cartas que procurarei traduzir e publicar nos próximos dias são claramente identificados frades (nalguns casos erradamente designados por "monges" pelos viajantes), surgindo nas narrativas nomes como "Frei Francisco da Circuncisão", por exemplo. Alguns costumes do Convento são descritos, e existe também uma certa unanimidade acerca dos alimentos que os frades de Santa Cruz da Serra de Sintra colocavam na pedra que serve de mesa no seu refeitório, para retemperar as forças do estafados visitantes: queijo e vinho de Colares. Uns gostaram muito, e referem-no, outros consideram tanto o queijo como o vinho de muito fraca qualidade.

Noutra crónica há quem descreva a Biblioteca do Convento.

As cartas e narrativas do primeiro quarto do século XIX são elementos bibliográficos fundamentais para compreendermos um pouco melhor a fase final da vida do Convento, já que em 1834 se deu a extinção das ordens religiosas em Portugal. São também a prova de que já nessa altura se visitava o Convento com muita frequência, com os frades a receberem os estrangeiros e pessoas de fora com grande entusiasmo e hospitalidade.

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